domingo, 4 de julho de 2010

● Cenas de um Casamento (1973)

São cinco horas de filme, divido em seis capítulos;

Grande parte do tempo são apenas dois atores dialogando;

Quase não há mudança de cenário;

E dos filmes de Bergman que vi, esse sem dúvida é o mais primoroso.



Quando soube desse filme e de sua duração, comecei a cogitar a possibilidade de talvez sua narrativa se estender de forma lenta. Engano. Já tinha visto filmes anteriores de Bergman e definitivamente sua característica não é estender-se muito. Com este não foi exceção.

Quando cada episódio acabava, via-se porque foi preciso de tanto tempo para filmá-lo. Foi quando a ficha caiu que o filme era voltado ao Casamento, e um estudo muito aprofundado neste havia sido realizado.

O filme foca a rotina de um casal que estão juntos há dez anos e aos poucos começam a nos mostrar conflitos que se estenderam por todos esses anos de matrimônio. E é a partir do primeiro episódio, após presenciarem a cena de uma briga de casal que discutem acabar com o casamento, que pode perceber-se o início do conflito psicológico gerado nos protagonistas.

Se nos tempo de hoje um filme desse porte causa um impacto a quem vê, imagine em 1973 (cheguei a ler uma curiosidade em que após a exibição desse filme na Suécia, país de origem do diretor, houve um considerável aumento no número de divórcio).

Sem dúvida a questão mais bem detalhada foi a infidelidade. "Por que há traição no casamento?". A lição que aprendemos após o término deste filme é que o ser humano não sabe conviver com a idéia do “para sempre”, e isto fica bem claro no final quando a personagem de Ullmann nos revela que ficou assustada quando se casou e dali em diante toda sua vida estaria fadada psicologicamente e sexualmente àquele homem.

Poderia entrar em milhões de detalhes, estender-me em infinitas linhas, mas a interpretação desse filme soa pessoal demais, e vale dizer que Cenas de um Casamento não é um tapa na cara somente dos casados, mas de toda uma sociedade que é voltada a um egoísmo quando se trata de amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário