História do século XII, de Tristão e Isolda, que influenciou outras histórias de amor do mundo inteiro, inclusive serviu de base para Romeu e Julieta, de Shakespeare.
A história é adaptada de diversas maneiras, variando conforme a interpretação do diretor (isso vale principalmente para o cinema). A única interpretação operística foi escrita por Richard Wagner. Então a única coisa que pode mudar em apresentações no palco é o cenário e a regência.
Já na versão cinematográfica, a única que tive oportunidade de ver, optou por uma interpretação que fugisse à lenda.
Vamos às diferenças: a parte específica que torna crucialmente diferente a interpretação da obra é o momento em que Isolda deverá conhecer seu futuro marido, Marco, mesmo já estando apaixonada por Tristão. Uns preferem interpretar que, antes a esta cena, Isolda teria dado veneno a Tristão e, juntos beberiam até cair mortos. Mas por um mero engano, ambos tomaram uma porção do amor em que ficaram mais apaixonados ainda e, ao invés de morrerem, preferiram aceitar o destino infeliz, sendo que em curtos intervalos de tempo, encontrar-se-iam escondidos para terem relações; outros interpretam trazendo a história num contexto mais real: nada de porções do amor. O sentimento que um tem para com o outro é meramente verdadeiro. E isto é o que difere a ópera do cinema; a ópera ta limitada à versão de Wagner, que pra mim, é a mais verdadeira, já que Tristão e Isolda não passam de uma lenda de amor.
Não que a versão do cinema não seja interessante, porque a é. Há também uma versão nacional muito interessante de Tristão e Isolda, contada em segundo plano, visto que a história principal passa-se de personagens que se apaixonam durante a montagem de uma peça de teatro. O nome desse filme é Romance, com Wagner Moura e Letícia Sabatella.
Essa ópera que assisti tem tendências modernistas com traços expressionistas. E isso particularmente foi o que me deu ânimo pra ver, em especial, essa versão de 2001 com Ben Heppner no elenco. Entre ver uma ópera com dezenas de efeitos e até cavalos de verdade em palco, prefiro ver esse jogo de cores no cenário; o detalhe dos bonecos no chão do terceiro ato também foi simples, mas genial. É como assistir a um clássico do cinema Expressionista contando uma história de amor lendária cantada por grandes nomes e regida pelo mestre Levine. Geralmente as óperas que vejo, em sua grande maioria, são regidas por ele.
(Rei Marco descobre que está sendo traído por Tristão - "Rette dich, Tristan!" e "Tatest du's wirklich? Wähnst du das?")
E para quem morre de suspiros com a história superestimada de Romeu e Julieta, antes de mais nada, veja a história de Tristão e Isolda; assista ao filme e veja o contexto histórico; assista à ópera e sinta o contexto psicológico (quatro horas de duração em torno de árias belíssimas), em especial o segundo ato e a última cena do terceiro (Liebestod).
(Liebestod por Eaglen em outra gravação)
Essa versão operística da obra é com Ben Heppner (Tristan), Jane Eaglen (Isolde), Katarina Dalayman (Brangäne), Brian Davis (Melot) e René Pape (King Marke). Regida por James Levine, realizada no MET (NY), em 2001.
A versão cinematográfica é com James Franco (Tristan), Sophia Myles (Isolde), Rufus Sewell (King Marke). Dirigido por Kevin Reynolds e escrito por Dean Georgaris, em 2006. Vide IMDB.
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