TEATRO DO ABSURDO
Parte 1: Do Cinema de Jean Genet
● Primeiramente... o que seria o Absurdo?
A destruição de valores e crenças, após a Segunda Guerra Mundial, produz um teatro anti-realista, ilógico, que encara a linguagem como obstáculo entre os homens, condenados à solidão.
● Curta Autobiográfico:
Escolhi o escritor Jean Genet como o primeiro dessa série por se tratar de menos complexidade em sua obra, não que ela seja menos grandiosa, mas é ótima pra ajudar a entender outros autores mais complexos mais na frente.
(1910 - 1986)
O curta-metragem "Uma Canção de Amor" (Un Chant d'Amour, 1950) escrito e dirigido por Jean Genet, autobiografa uma das passagens mais importantes da sua vida para sua formação intelectual -a prisão-; Jean nos mostra através da dança e do silêncio a autoafirmação da sua homossexualidade, num período pós-guerra onde o preconceito era extremamente opressor (tanto na ficção, como na realidade).
Vale dizer que este curta NÃO se enquadra no gênero Absurdo na frente de suas outras obras, como O Balcão ou Os Negros, que tratarei em outra postagem. Por hora, é preciso primeiro conhecer um pouco de sua cinebiografia (que é um gênero "Romance Experimentalista", pois trata-se de um drama com surrealismo) para compreensões posteriores.
O curta-metragem pode ser assistido gratuitamente pelo site da UBU (clique aqui) ou pelo YouTube (neste é preciso ser cadastrado e aceitar os termos de maioridade por conter cenas de nudez).
No Youtube, o vídeo é divido em três partes (de aproximadamente oito minutos, cada):
Primeira Ato: Abstinência
Segunda Parte: Culpa
Terceira Parte: Sofrimento
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Uma pena Genet ter feito apenas esse trabalho para o cinema. Pelo menos para o Teatro, ele consagrou-se com peças que também viraram filmes, mas não dirigidos por ele.
● Das Adaptações:
O Balcão, sua obra "Absurda", foi adaptada para o cinema em 1963 por Joseph Strick. Houve também uma adaptação de um conto sobre marinheiros gays, Querelle, de Rainer Werner Fassbinder. Dessas duas, só vi a última, em meados de 2007; na época, por não conhecer esse assunto, achei a obra excessivamente desconexa e surrealista demais pro meu gosto. Hoje já até entendo o porquê. O conto nada mais é uma exploração do subconsciente do desejo e uma denúncia escrachante ao... ao... vou usar o termo machismo. Ainda assim, provavelmente o filme não passe a mensagem de uma peça como deveria, por mais que eu esteja falando de diretores competentes como Fassbinder.
NOTA:
Para baixar gratuitamente a peça O Balcão (em pdf ou doc), próximo tema desta série, uma de suas obras mais aclamadas e adaptadas, clique aqui.
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